AFORISMO ACERCA DO POEMA “DÔR”: Na sociedade contemporânea, sobretudo no mundo ocidental, verifica-se uma crise de valores, nomeadamente no que concerne à moral e ética, assim como se compreende que a volatilidade relativa à evolução tecnológica e ao fenómeno da moda, cria um grau de instabilidade psicológico nas pessoas que promove o desenvolvimento de falsas expectativas em relação ao índice de felicidade que é passível de ser alcançado, como se este pudesse ser um fenómeno estanque e linear na vida de alguém. Com todo este fenómeno, as pessoas sentem a necessidade de criar "personas" nefastas que escondem a sua real essência e portanto ficam cada dia que passa mais enclausuradas, numa dor existencial que as aflige e corrói as respetivas entranhas...
– DÔR –
Dói a clara noção;
De tão real que surge;
Estar sozinho numa multidão;
No marasmo que nos aflige…
Imploramos por um simples abraço;
Chegamos a roçar uns nos outros;
Para sentirmos na alma o afago;
A constatação do quanto vulneráveis somos…
Dói compreender o rumo da humanidade;
Aferir a incapacidade na dissolução do vil egocentrismo;
O flagelo que nos sentenciará sem piedade;
Sublimamos as nossas maldades com fortuito hedonismo…
Teremos a sapiência;
Para colmatar as nossas fraquezas?
Transformar a insolência;
Em frugais idiossincrasias…
Dói velejar;
Num mar de pruridos;
Sem a esperança de atracar;
Na terra dos ensejos…
Os cândidos sempre apregoarão;
Palavras de alento resplandecentes;
Não abraçar o obscurantismo de antemão;
Aponta a revelação e o abismo dos descrentes…
LEANDRO EMANUEL PEREIRA.
03º Membro Correspondente AIL. Brasil/Portugal.
03º Membro Correspondente AIL. Brasil/Portugal.
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