segunda-feira, 14 de outubro de 2019

LASCÍVIA de LEANDRO EMANUEL PEREIRA

É comum constatar-se sentimento de culpa por parte de muitas pessoas, no que concerne à fruição de momentos de prazer. Como se não fossem dignas de aproveitar o que a vida tem de bom, pois segundo postulados eclesiásticos, para alcançarem o olimpo devem primeiro sofrer na terra. Este severo e obscurantista legado secular que tolda a humanidade, através do inconsciente coletivo cujos efeitos perversos só poderão ser ultrapassados com recurso a instrução científica aliada à força mental para que seja possível aceitar a real insignificância do homo sapiens sapiens no espetro cosmológico. Se somos perecíveis, inteligentes e sencientes é naturalmente legítimo almejar uma vida plena de lascívia…

 – LASCÍVIA –

O apimentar da circunstância;
Enaltece a chama da vida;
O prazer jamais será uma manigância;
Sentir e amar procurarão sempre uma saída...

Socialmente somos segregados;
Se a luxúria abraçarmos;
Porém não se sintam culpados;
No deleite se esculpem os agrados...

O sexo é tabu;
Paradoxo sem noção;
Já para não falar do nu;
Olhos tapados não caem em perdição...

Assim governo e religião;
Manipulam as suas marionetas;
Sedentas de conforto e pão;
Engolem todas as tretas...

Mas e quando o corpo exasperar?
Não se lhe pode negar uma pulsão;
O desejo jamais pode eternamente aguardar;
Por um rebuscado guião...

A história evidenciou os resilientes;
Que através da arte efervescente;
Vislumbraram propósitos magnificentes;
Desassombrando assim a lascívia fervilhante...

LEANDRO EMANUEL PEREIRA.
03º Membro Correspondente AIL. Brasil/Portugal.

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