É comum constatar-se sentimento de culpa
por parte de muitas pessoas, no que concerne à fruição de momentos de prazer. Como
se não fossem dignas de aproveitar o que a vida tem de bom, pois segundo
postulados eclesiásticos, para alcançarem o olimpo devem primeiro sofrer na
terra. Este severo e obscurantista legado secular que tolda a humanidade,
através do inconsciente coletivo cujos efeitos perversos só poderão ser ultrapassados
com recurso a instrução científica aliada à força mental para que seja possível
aceitar a real insignificância do homo sapiens sapiens no espetro cosmológico.
Se somos perecíveis, inteligentes e sencientes é naturalmente legítimo almejar
uma vida plena de lascívia…
– LASCÍVIA –
O apimentar da circunstância;
Enaltece a chama da vida;
O prazer jamais será uma manigância;
Sentir e amar procurarão sempre uma
saída...
Socialmente somos segregados;
Se a luxúria abraçarmos;
Porém não se sintam culpados;
No deleite se esculpem os agrados...
O sexo é tabu;
Paradoxo sem noção;
Já para não falar do nu;
Olhos tapados não caem em perdição...
Assim governo e religião;
Manipulam as suas marionetas;
Sedentas de conforto e pão;
Engolem todas as tretas...
Mas e quando o corpo exasperar?
Não se lhe pode negar uma pulsão;
O desejo jamais pode eternamente aguardar;
Por um rebuscado guião...
A história evidenciou os resilientes;
Que através da arte efervescente;
Vislumbraram propósitos magnificentes;
Desassombrando assim a lascívia fervilhante...
LEANDRO EMANUEL PEREIRA.
03º Membro Correspondente AIL. Brasil/Portugal.
Incrível poesia de um autor português que tem tudo para ser um sucesso!
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