ÁGUA E SAL
Sentada no velho alpendre olho o horizonte,
no vazio, as lembranças que a saudade disfarça,
os pássaros chilreiam entre o arvoredo
e nas minhas mãos trémulas eu agarro o medo,
de sucumbir nesta amarga farsa.
Das memórias me oculto no velho alpendre,
como se a luz do dia as pudesse camuflar.
A solidão é o grande tempero
que nutre a saudade no meu paladar.
E se às lágrimas peço final,
delas me alimento em água e sal.
Nesta inquietude que na alma fermenta,
cada lembrança me é especial.

MARIA DO CÉU SILVA DA CRUZ
05º Membro Correspondente AIL
Brasil/Portugal
Nenhum comentário:
Postar um comentário